Livro: Avalon High - Meg Cabot / Parte 2


Capítulo 2


Salgueiros alvejam, faias estremecem,

Brisas leves, crepúsculo e arrepio

Através das ondas que deslizam para sempre

Pela ilha no rio

Fluindo tristemente para Camelot.


Ou talvez eu só tenha pensado que vi. Ainda assim. Eu tinha bastante certeza de que eu tinha visto algo através das árvores que não era verde ou marrom ou de qualquer outra cor encontrada na natureza. E quando eu olhei atentamente entre as folhas ao meu redor, eu vi que havia alguém parado abaixo de um desfiladeiro profundo de um lado da trilha, perto de vários penedos. Eu não podia imaginar como ele poderia ter passado por toda aquela vegetação sem um machado. Talvez houvesse uma trilha que eu não tinha visto. Mas ele estava lá. Fazendo o que, eu passei rápido demais para saber. E então eu estava fora do bosque, sob o esplendor da luz do Sol, e passando rapidamente pelo estacionamento. Algumas mulheres estavam saindo de uma minivan e indo em direção à trilha de cães com seus Border collies [é uma raça de cães]. Havia um parquinho próximo, onde algumas crianças estavam balançando e indo pelo escorregador, seus pais assistindo cuidadosamente em caso de acidentes. E eu pensei comigo mesmo: Eu realmente vi o que eu pensei que eu vi? Um cara em pé no fundo daquele desfiladeiro? Ou eu tinha simplesmente imaginado? Havia um empregado do parque arrancando ervas daninhas perto da terceira base no campo de baseball. Eu não falei oi para ele. Eu também não sorri. Eu também não mencionei o homem no fundo do desfiladeiro. Eu provavelmente deveria ter dito. E quanto àquelas crianças no parquinho? E se ele fosse um molestador de criancinhas? Mas eu não disse nada para o cara arrancando as ervas daninhas. Eu passei por ele sem nem mesmo fazer contato visual. Eu podia ver meu pai, com sua camisa amarela clara, do outro lado da trilha. Ele estava três quartos de volta a trás de mim. Sem problemas. Ele é lento, mas é confiável. Mamãe sempre diz que o papai nunca vai chegar lá rápido, mas pelo menos ele vai sempre chegar lá, no final. Como se ela pudesse falar alguma coisa. Ela nem agüenta correr. Ela gosta de fazer aeróbica no Y.

O que, dado o susto que eu levei tendo passado por aquele cara na floresta, estava começando a não parecer uma idéia tão ruim.

Desta vez, quando eu entrei pelo bosque, eu observei atentamente os lados por sinais de uma trilha, algo que o homem poderia ter usado para descer até o fundo do penhasco sem ter ficado todo arranhado pelos galhos e espinhos[esse é o sentido geral]. Mas eu não vi nada.

E quando eu passei por onde eu o tinha visto antes, eu vi que a ravina [é o mesmo que penhasco] estava vazia. Ele não estava mais lá. Na verdade, não havia nada que indicasse que ele tinha estado lá. Talvez eu realmente tenha imaginado. Talvez mamãe estivesse certa, eu eu realmente deveria ter passado menos tempo na piscina, e mais no shopping nesse verão. Fiquei preocupada que talvez eu estivesse enlouquecendo por falta de contato com pessoas da minha idade.

Aí foi quando eu fiz uma curva, e quase esbarrei nele.

E percebi que eu não o tinha imaginado mesmo.

Ele estava com outras duas pessoas. A primeira coisa que eu notei sobre eles - as duas pessoas que estavam com ele, é o que quero dizer-foi que os dois eram loiros e muito atraentes, um menino e uma menina, com mais ou menos a minha idade. Eles estavam um de cada lado do homem da ravina... que, eu notei depois de uma inspeção mais de perto, não era de fato um homem, de verdade, mas um garoto, também da minha idade, ou talvez um pouco mais velho. Ele era alto com os cabelos escuros, como eu.

Mas diferentemente de mim, ele não estava coberto de suor ou se esforçando para respirar.

Oh, ele era muito bonito, também.

Os três olharam para cima, assustados, quando eu passei correndo. Eu vi o garoto loiro dizer algo, e a garota loira pareceu chateada... Talvez por que eu quase esbarrei neles, apesar de eu ter desviando a tempo de evitar uma colisão.

Só o garoto de cabelos escuros sorriu para mim. Ele olhou bem no meu rosto e disse alguma coisa.

Exceto que eu não sei o que foi já que eu estava com os meus fones de ouvido e não pude ouvi-lo.

Tudo o que eu sei é que por alguma razão-eu não sei por que- sorri de volta. Não por causa de Imagem, ou qualquer coisa assim. Foi estranho. Foi como se eu sorrisse automaticamente pra ele quando ele sorriu para mim - meu cérebro não teve nada a ver com isso. Não houve decisão consciente da minha parte para sorrir de volta.

Eu simplesmente fiz, como se fosse um hábito ou algo assim. Como se esse fosse um sorriso ao qual eu sempre sorria de volta.

Exceto que eu nunca tinha visto esse cara antes na minha vida. Então como a minha boca poderia simplesmente saber disso?

Motivo pelo qual foi meio que um alívio passar correndo por eles. Você sabe, para me afastar daquele sorriso que me fez sorrir de volta, mesmo quando eu não queria. Necessariamente.

Meu alívio foi curto, no entanto. Por que eu os vi de novo enquanto eu estava encostada no carro, ofegando muito e esvaziando uma das garrafas de água que minha mãe tinha feito com que eu e meu pai trouxéssemos. Eles saíram do bosque - os dois garotos e a garota - e seguiram em direção aos seus próprios carros. O garoto e a garota loiros estavam falando rapidamente com o garoto de cabelos escuros. Eu não estava perto o bastante para ouvir o que eles estavam dizendo, mas julgando pelas expressões deles, não parecia que eles estavam muito felizes com ele. Mas uma coisa eu sabia com certeza: Ele não estava mais sorrindo.

Finalmente, ele disse algo que pareceu ter acalmado o casal loiro, já que eles pararam de parecer tão chateados.

Então o garoto loiro entrou em um jipe, enquanto o garoto de cabelos escuros sentava-se atrás do volante de um Land Cruiser branco... E a garota loira sentou-se no banco do passageiro ao lado dele. O que me assustou, já que eu tinha pensado que ela e o garoto loiro e bonitinho, e não o de cabelos escuros, eram o casal.

Mas tendo tido pouca experiência no departamento de namorados, eu não sou uma especialista.

Eu estava sentada na capota do nosso carro refletindo sobre o que eu tinha acabado de presenciar: uma disputa de amor? Uma negociação de drogas de algum tipo? - quando meu pai finalmente veio meio vacilante.

“Água,” ele disse, e eu dei a ele a outra garrafa.

Só quando nós já estávamos dentro do carro, o ar condicionado soprando sobre nós à toda força, que meu pai perguntou, “Então. Teve uma boa corrida?”

“Sim,” eu disse, meio surpresa pela pergunta.

“Quer vir de novo amanhã?” Meu pai queria saber.

“Claro,” eu disse, olhando para o lugar onde as três pessoas que eu tinha visto-os dois loiros e o garoto de cabelos escuros - tinham estado pela última vez. Eles já tinham ido embora há muito tempo.

“Ótimo,” me pai disse, em uma voz sem um pingo de entusiasmo.

Você poderia dizer que ele estava esperando que eu dissesse não. Mas eu não poderia fazer isso. Não por que eu tinha finalmente me lembrado do quanto eu gosto de correr. Nem por que eu tinha tido um tempo bom com meu pai. Mas por que - ótimo, eu vou admitir - eu estava esperando que eu fosse ver aquele cara bonitinho - e seu sorriso - de novo.

4 comentários:

  1. Hmmm..
    Aguardo pelo próximo :*

    Vlw por postar.

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  2. todo livro da Meg é fantastico. acabei de ler o 1º e 2º e já quero o 3º loogo. kkk *-* peerfeito.

    tomara que vc tenha tempo pra postar mais (yn) :*

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